Faro, 02 Ago (Lusa) - O ministério da Saúde garantiu que as populações abrangidas pelo traçado da linha de muito alta tensão Portimão-Tunes estão protegidas contra eventuais efeitos adversos da exposição a campos electromagnéticos, que já suscitou a preocupação dos moradores.
A instalação da linha entre aquelas duas localidades já motivou a criação de uma Comissão de Moradores, que contesta o traçado escolhido pela Rede Eléctrica Nacional (REN), no corredor Sul e reuniu mais de trezentas assinaturas em abaixo-assinado.
Em resposta a um requerimento enviado à Assembleia da República por um deputado do PCP, o Ministério da Saúde garante que serão observadas as restrições impostas pela Comissão Europeia (CE) neste campo, garantindo uma "protecção eficaz" às populações expostas.
Segundo o gabinete do Ministério, face às incertezas e ao facto de não haver respostas conclusivas a "inúmeros" estudos epidemiológicos realizados, a CE emitiu uma recomendação que estabelece um quadro de restrições básicas e níveis de referência.
O Ministério reconhece uma grande preocupação pública relativa a possíveis efeitos nocivos da exposição crónica a campos electromagnéticos e esclarece que estes se referem não só às linhas de alta tensão como a sistemas de comunicações móveis.
A linha dupla Tunes-Portimão, com uma potência de 400/150 kilowatts, insere-se na rede de alta tensão Tunes-Estoi, que atravessa os concelhos de Silves, Albufeira, Loulé e São Brás de Alportel e cujo traçado está envolto em polémica há mais de dez anos.
A população de Vale Fuzeiros, Silves, tem sido das mais activas na contestação pública à linha e defende o traçado Norte como solução alternativa, por apresentar menos inconvenientes.
Segundo a Associação de Moradores de Vale Fuzeiros, que dirigiu ao grupo parlamentar do PCP uma exposição sobre o caso, o traçado Sul está muito próximo de habitações, afecta projectos turísticos, coloca em risco património arqueológico, explorações agrícolas biológicas e limita o recurso a meios aéreos no combate a incêndios.
MAD.
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