Movimento “Slow Cities” chega a Portugal pela adesão de quatro cidades algarvias.
Alimentação saudável. Ingerir frutas, legumes e outros alimentos frescos e bem cozinhados. Comer com tempo, de preferência, num restaurante tradicional. Conversar e conviver com os amigos. Fazer exercício físico. Andar a pé. Apreciar e proteger o Ambiente. Respeitar a Cultura e as tradições. No fundo, levar uma vida calma e sentir-se bem no local onde se vive, é um desejo de muitos, num Mundo cada vez mais veloz e exigente. É também o pressuposto basilar da filosofia das “Slow Cities”, um movimento que surgiu em Itália, em 1999, e que agora chega a Portugal com a adesão de Lagos, Silves, São Brás de Alportel e Tavira.
O movimento funciona em cada país através da criação de uma rede nacional, atenta às características e especificidades de cada território. Itália, Alemanha, Polónia, Noruega, Inglaterra e Brasil são países onde o movimento tem já uma rede própria. Em breve, outras nações irão aderir, como é o caso da França, da vizinha Espanha, da Austrália ou do Japão. Portugal está também entre os países cuja adesão está já a ser alvo de um estudo de avaliação preliminar e, nesse sentido, uma delegação italiana esteve de visita ao Algarve, no passado fim-de-semana, onde reuniu com os quatro edis algarvios.
A visita surge depois de três anos de contacto e trabalho conjunto. A ideia de introduzir esta filosofia de vida no Algarve tem vindo a ser desenvolvida por Ana Maria Albuquerque e Carlos Lopes, em colaboração com as quatro autarquias do Algarve.
Depois desta primeira visita oficial, o processo de adesão vai continuar. Importa agora adaptar à realidade portuguesa os cerca de 60 critérios instituídos pela organização para que uma cidade seja considerada uma “Slow City”.
“O bem-estar é mundial, mas cada povo e território tem a sua forma de o atingir, de acordo com as suas tradições e História”, explicava Stephano Mocci, porta-voz do movimento. Assim, e para já, a organização e os representantes portugueses têm pela frente a árdua tarefa de conciliar as particularidades portuguesas com as regras estabelecidas a nível internacional. “Há regras que não podem ser alteradas, mas há outras que terão que o ser forçosamente”, esclareceu Stephano Mocci.
Posteriormente, serão aceites as cidades portuguesas que satisfaçam em pelo menos 50% os critérios estipulados. Para que a uma cidade seja atribuído o ícone do caracol – imagem de marca do movimento – é necessário que sejam cumpridos requisitos de excelência objectivos, ligados à Cultura, Ambiente, infra-estruturas, hospitalidade e qualidade urbana. Tudo para que a vida de cada munícipe seja mais branda e mais aprazível.
In "Região-Sul on-line"