Tem sido lesivo da dignidade portuguesa, e mais directamente algarvia, uma senhora de nacionalidade inglesa, Linn Booker, e seu marido Peter Booker, com outros elementos de uma pequena comunidade estrangeira inglesa, holandesa e alemã, escolherem, por sua única iniciativa, programas musicais, teatrais, danças e outras diversificadas actividades do Museu do Trajo de S. Brás de Alportel. Se a sua intervenção fosse apenas de carácter consultivo, perante a Direcção portuguesa do Museu, ainda seria tolerável.
No entanto, a senhora Linn Booker chegou a escrever longos comunicados por via internética sobre as suas muitas iniciativas no Museu e, sobretudo o saber que ofereceu gratuitamente, ao longo de alguns anos, a este Museu. Ora, tudo o que pôs em execução foi aceite, como se os portugueses nada tivessem a dizer, como se a ignorância campeasse na sociedade da região do Algarve. Como se não houvesse formação universitária que pudesse fornecer quadros directivos do Museu aqui bem perto, na universidade do Algarve. Tudo o que decidiu teve aprovação com carácter de indiscutibilidade! Com que legitimidade exerceu as ditas funções? Com a legitimidade de ser estrangeira? Com a legitimidade de ser, especialmente, de nacionalidade inglesa? Se fosse da Ucrânia, da Eslovénia ou da Rússia, ter-lhe-iam sido dados os mesmos poderes de efectiva direcção do Museu?
Tal senhora não recebeu qualquer cargo oficialmente reconhecido como legítimo, de acordo com a legislação portuguesa, designadamente no que se refere à gestão das actividades de um museu português. Qualquer pessoa (mesmo não português) pode ajudar a fazer novos programas, novas actividades, apresentar sugestões, mas com que direito chefia um museu português? Ou os órgãos culturais das vilas do Algarve já foram comprados pelos cidadãos ingleses, que sempre que podem criticam Portugal?
Agora, parece que só falta virem os militares de um país que dá pelo nome de Reino Unido, para concluir a “conquista”? Se até a Polícia Judiciária de Investigação Criminal de Portimão não tem competentes investigadores para tratarem do caso de um presumível rapto de uma criança de três anos, como se escreveu na imprensa de nacionalidade inglesa (caso Madeleine McCann)!
A senhora Linn Booker tomou praticamente conta de um Museu português, conforme ela própria escreveu em comunicado internético, ufanando-se das suas tão importantes medidas, da sua tão importante acção naquela instituição
O facto de tudo isto ter sido permitido pelo senhor Emanuel Sancho, denominando-se Director do Museu, mas na verdade sendo antes um virtual Director do Museu, revelou uma grande falta de capacidade para defrontar essa situação. Não é o Director, de todo e qualquer museu do mundo, que delibera, decide, toma iniciativas com o apoio de pessoas especializadas nas áreas que não domina? Esta direcção do Museu deixou que a senhora Booker não respeitasse a nossa nacionalidade e muito menos a da região em que se insere. O que fez, afinal, a senhora Booker? Transformou o Museu do Trajo num Centro de Diversões e Encontros Culturais (por exemplo, projecção de cinema hindu com legendas em inglês) para os estrangeiros radicados na área da autarquia de S. Brás de Alportel. Vejam-se os programas colocados online mensalmente, o número de espectáculos, as aulas com actividades só ao gosto dos estrangeiros colaboradores, etc.… Tudo isto está a tornar o Algarve menos Algarve e, por isso, menos português. Para Linn Booker, neste Museu, basta aos portugueses verem o Trajo Regional Algarvio.
Mas todas estas liberdades (arbitrariedades) dos estrangeiros em Portugal serão só
Teresa Ferrer Passos *
* Escritora
1 comentário:
Deve ser no enquadramento do contesto ALLGARVE.
Rui Duarte
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