Em 2009, nem todos os algarvios vão pagar a mesma percentagem de IRS: ao abrigo da nova Lei das Finanças Locais, alguns municípios da região decidiram abdicar, total ou parcialmente, dos 5% a que tinham direito.
Medida só terá efeitos em 2009
Quatro concelhos vão pagar menos IRS em 2009
Os residentes no concelho de Alcoutim são os mais favorecidos. “Prescindimos da verba a que teríamos direito, combatendo a desertificação. Várias pessoas possuem habitação em Alcoutim e em Faro ou Lisboa e, assim, vão ter uma proximidade maior com o concelho”, refere Francisco Amaral, o edil alcoutenejo. A Câmara perde cerca de 40 mil euros de receitas, “fazendo um investimento para atrair pessoas.”
Os olhanenses também vão pagar menos em 2009. “O concelho está em crescimento e queremos manter esta linha de rumo, que passa por maior igualdade social e vários incentivos, nos quais se inclui a baixa do IRS, em valor ainda a definir”, diz Francisco Leal, presidente da autarquia.
Loulé foi a terceira autarquia algarvia, depois de Alcoutim e Olhão, a anunciar a redução no próximo ano do IRS em dois pontos percentuais, uma medida que visa combater a desertificação dos concelhos. “Com esta medida pretende-se, por um lado, aliviar a carga fiscal dos munícipes, e ao mesmo tempo tornar o concelho mais atractivo” para as pessoas e para as novas empresas, refere o comunicado do executivo municipal.
Em Albufeira, a Câmara decidiu cobrar apenas 4%. “A carga fiscal pesa muito nas famílias”, justifica o presidente da Câmara, Desidério Silva.
O executivo municipal de Monchique aprovou a não cobrança dos 5%, mas o chumbo da Assembleia Municipal deixa tudo na mesma.
Castro Marim pondera uma redução mas ainda não decidiu.
S. Brás de Alportel mantêm taxa máxima de 5%
Redução não é equacionada.
Os outros concelhos vão cobrar 5%, incluindo Faro, onde o imposto tem maior peso na região (cerca de três milhões de euros). “Infelizmente, a situação deixada pela gestão do PSD não permite uma redução”, queixa-se o edil José Apolinário, que encontra “incoerência” no processo. “Os municípios algarvios contestaram a Lei das Finanças Locais, considerando-a gravosa para a região, mas afinal há margem de manobra para reduções do IRS...”
S. Brás é assim, dos concelhos que mais penaliza os seus residentes, que além de não beneficiarem da redução taxa no IRS também viram recentemente aprovada pela Assembleia Municipal a taxa máxima para o IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis).
Contactada para o efeito a Autaquia São-Brasense não quis prestar esclarecimentos sobre o assunto. Entretanto fonte junto do executivo municipal terá referido que “A culpa é do PIDDAC”.
MARGEM MUNICIPAL DE IRS
POR MUNICÍPIO ALGARVIO
Vila do Bispo (PSD): 5%
Aljezur (PS): 5%
Monchique (PS): 0%
Lagos (PS): 5%
Portimão (PS): 5%
Lagoa (PSD): 5%
Silves (PSD): 5%
Albufeira (PSD): 4%
Loulé (PSD): 3%
Faro (PS): 5%
S. Brás de Alportel (PS): 5%
Olhão (PS): vai reduzir (a)
Tavira (PSD): 5%
V. R. Santo António (PSD): 5%
Castro Marim (PSD): pondera (a)
Alcoutim (PSD): 0%
a) - o assunto será discutido pelos executivos camarários no mês em curso
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