comprou peças de cortiça algarvia
Por: Cecilia Malheiro - Agência Lusa
Uma princesa da Arábia Saudita recebeu esta semana no seu palácio em Riade, capital daquele reino, 110 quilos de cortiça algarvia transformada em individuais para dar jantares aos convidados. Os "table-mate" exclusivos lançaram a empresa portuguesa no mundo árabe.
O museu da cortiça em Silves e um português a viver em Paris, que por coincidência é secretário pessoal da princesa Jawaher Abdulaziz, foram os principais aliados para que a marca portuguesa Pelcor inaugurasse a aventura da exportação para o Médio Oriente.
A história começou em 2007 quando a princesa Jawaher Abdulaziz, que "gosta muito de Portugal", esteve de visita à Fábrica do Inglês, em Silves, onde existe um museu da cortiça e onde estão expostos produtos Pelcor, marca que transforma a casca do sobreiro em acessórios de moda luxuosos que desfilam nas passerelles de Paris.
"Em Agosto passado recebemos a visita surpresa de uma assistente da princesa Jawaher na loja de São Brás de Alportel. Em Novembro, o secretário da princesa em Paris pediu-nos catálogos sobre as colecções da Pelcor e a partir daqui começou o negócio", recorda Sandra Correia, mentora da marca e filha do proprietário da empresa que também fabrica rolhas para os mais finos champanhes, licores e vinhos do mundo.
Fez-se um mostruário que seguiu para Riade e a encomenda da princesa chegou em Fevereiro: 1.500 "table-mates" (individuais) feitos em pele de cortiça impermeável, com funcho e salpicos de dourado a imitar ouro.
Em Março, artesãos portugueses já confeccionavam as mil e quinhentas peças, exclusivas, para o Reino da Arábia Saudita.
Esta semana os individuais foram armazenados em cinco caixas, com medidas especiais, e partiram de São Brás com destino a Riade, contou Sandra Correia, a senhora da cortiça, que não se cansa de repetir à Lusa que "cork is fashion" (a cortiça está na moda).
Os 1.500 "table-mates", ou seja individuais para colocar nas mesas e colocar por cima os pratos e talheres, são o início da aventura no Médio Oriente, mas depois de conquistar os mercados europeus e até o americano, e depois de se lançar na alta-costura a desfilar junto a criadores de moda internacionais no Prêt-à-Porter, em Paris, a marca Pelcor tem a ambição de vencer o mercado da Arábia Saudita e Emirados Árabes.
Com um volume de negócios em ascensão, onde em 2007 superou o meio milhão de euros em
A marca Pelcor já se está a preparar, inclusivamente, para participar em Fevereiro de 2009 na feira "Expo Riva Garda", no Dubai (Emirados Árabes) com a gama "footwear" (calçado) e acessórios de moda.
Em Março de 2009 acessórios de moda e brindes de cortiça regressam ao Dubai para apresentar a cortiça da Pelcor na maior feira de acessórios de moda daquele país, a Motexha.
Malas executivas, carteiras de homem e de mulher ou bonés específicos para os jogadores de golfe e corridas de cavalos (dois desportos muito praticados nos Emirados Árabes) são alguns dos acessórios que a Pelcor vai levar ao Médio Oriente.
O toque aveludado, a impermeabilidade e o facto de ser um produto ecológico são as principais características das peças feitas em cortiça que podem ir desde a carteira de negócios a mochilas em pvc com pedaços de casca de sobreiro injectado, até a elegantes chapéus-de-chuva resistentes à água e luxuosos pufes para tornar a sala mais "cosy".
Sandra Correia revelou à Agência Lusa que a novidade para a estação deste Verão são as sandálias em cortiça desenhadas pela consagrada estilista portuguesa Ana Salazar.
É uma espécie de conto das mil e uma noites a tornar-se realidade para uma pequena empresa portuguesa que se abriu ao mundo árabe através da mais fina pele da cortiça.
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