09 junho 2007

Associação do Sotavento do Algarve

“Pretendemos promover a zona do sotavento”

José Queiroga Valentim, Presidente do Conselho de Administração das Pedras d’El Rei é um homem do turismo, como tal está ligado a duas associações. Uma delas a AHETA sendo vice-presidente e uma outra que foi criada na zona onde exerce a sua actividade, a ASA – Associação do Sotavento do Algarve

a Avezinha – É sua convicção de que a ASA possa ser um grande dinamizador das potencialidades do sotavento algarvio?

J.Valentim – É verdade e é essa a nossa ambição. Foi criada no âmbito de promover a zona do Sotavento mais precisamente Olhão, Vila Real de Stº António, passando por Castro Marim, Alcoutim e S. Brás de Alportel. Esta é a zona que nós apostamos. Não digo que estivesse esquecida mas está mais atrasada. Lutamos agora para um bom desenvolvimento pois tem muitas potencialidades. Estamos empenhados em mostrá-la ao mundo fazendo com que cresça turisticamente.

aA – Para além desse aspecto, sabe-se que foi nesta zona que surgiram os primeiros empreendimentos turísticos em Tavira e em Monte Gordo. Houve alguma razão plausível para que depois fosse a zona central do Algarve a desenvolver-se mais?

J.V. - Isso já não sei. Esta foi pioneira ainda que a Praia da Rocha também o tenha sido, bem como as Açoteias e Albufeira. Talvez a facilidade nos acessos tenha sido um dos motivos, dado que esta é uma zona periférica ou porque souberam fazer uma boa promoção.

a A – Como está a ser feita a promoção aqui?

J.V. - Essencialmente pela Associação de Turismo do Algarve (ATA) e durante três anos foi feita pelas P.A.Es (Planos específicos). Neste momento acabaram e está a ser feita pela ATA em conjunto com os particulares. A promoção interna é feita pela RTA.

a A – A vossa associação trabalha em conjunto ou tem uma actividade separada?

J.V. - Temos angariado sócios e neste momento quase todos os hoteleiros estão associados. Há ainda os restaurantes, escritórios, farmácias, advogados e particulares. É uma associação que pretende criar no sotavento algarvio uma cultura turística. Todos temos que trabalhar para o turismo sabendo receber com simpatia e acolhimento. Devíamos preocupar-nos com a promoção de Portugal e especificamente do Algarve mas, como sentimos algumas dificuldades, decidimos enveredar por lutar pelo Sotavento. Apesar de em extensão geográfica ser enorme, em hotelaria representa 10% das camas turísticas e apenas 5% da facturação. É isto que queremos modificar. Precisamos de empreendimentos de mais valia e eventos de categoria superior. Sentíamos que havia alguma dificuldade na promoção e neste momento queremos ficar iguais ao barlavento. Podemos ter em proporção camas, tão dignas e tão boas como têm outras unidades hoteleiras. Há que lutar pela qualidade para que esta nos traga o poder da facturação. Os custos de uma aldeia destas em Stª Luzia ou em Albufeira são iguais. Depois o poder de facturação é diferente. Temos que lutar para que as empresas possam viver. A nossa associação tem 3 anos e já com algum trabalho feito.

a A – Que balanço faz, em termos de funcionalidade, destes 3 anos?

J.V. - Estamos contentes. Trabalhamos com associados privados e com as câmaras do sotavento que nos têm apoiado.

a A – Já fizeram alguns eventos?

J.V. - Temos feito vários. O mais importante é trazer os jornalistas e os operadores turísticos. Já trouxemos mais de 400 agentes de viagens a visitar o sotavento e mais de 150 jornalistas de todo o mundo. Claro que tudo isto demora o seu tempo, as coisas estão a evoluir e a zona está a crescer. As câmaras municipais também têm preocupação na divulgação dos seus concelhos. A RTA tem feito o seu papel e todos nós estamos a trabalhar no mesmo sentido.

a A – O facto de pertencer à AHETA também tem ajudado?

J.V. - Claro! A AHETA é mais ampla e não é especificamente de promoção mas com o seu poderio todo, é importante.

a A – Acha que o golfe pode atenuar a sazonalidade?

J.V. - Sem dúvida. Temos belíssimos campos de golfe que com a aproximação de Espanha nos traz uma mais valia e uma oportunidade, para toda esta hotelaria vencer a sazonalidade. O golfe funciona em épocas, não de sol e mar, que aqui costumamos chamar de sol e praia. Temos uma marina em Olhão, outra mais pequena em Vila Real de Santo António, pelo que não poderemos dizer que se pode fazer turismo de mar. Não há local para os barcos nem cais de atracção. Olhão está no bom caminho mas em Tavira e Vila Real é um sonho. O Guadiana que era fabuloso é outro sonho.

a A – Não podem potenciar esses sonhos?

J.V. - Temos dado algum contributo, julgo que se passa isto na comunicação social, é um contributo mas muito pequenino. Penso que todos juntos poderemos fazer um bom desenvolvimento.

a A – A proximidade de Espanha poderá ser melhor aproveitada?

J.V. - Gostava de dizer que a proximidade dos espanhóis pode ser aproveitada mas não sei se tem muito interesse a proximidade de Espanha. O espanhol começa a ficar mais tempo, o que é bom. Temos que ter marinas e ancoradouros capazes se quisermos atrair mais turistas, aproveitando o Guadiana. Há que construir alojamentos de grande qualidade, ter boa restauração e sermos diferentes dos espanhóis para que eles nos procurem. Diz-se que estamos a vender o Algarve aos ingleses e irlandeses. Eu não diria isso. O que é preciso é haver um plano de ordenamento, além de que o turismo residencial bem desenvolvido também é muito importante.

a A – Como está a ver no horizonre a área do turismo?

J.V. - Estou esperançado, com bastante optimismo mas precisamos de trabalhar. Se conseguirmos isso, o Algarve vai no bom caminho. Suponho que a ASA tem futuro. Hoje em dia o mundo não se compadece. Temos que entrar na modernidade e qualidade. Quando digo qualidade falo na animação, no saneamento, na limpeza. Aí conseguiremos vencer!

in A Avezinha,

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