A estrutura organizacional da diocese do Algarve irá sofrer uma alteração passando as suas vigararias de seis para quatro – Portimão, Loulé, Faro e Tavira –, de acordo com um decreto do Bispo do Algarve, datado do passado dia 27 de Maio.
Segundo D. Manuel Neto Quintas, a diocese algarvia foi, ao longo do presente ano pastoral, “examinando um estatuto próprio, no sentido de valorizar mais a figura, a função e a missão do vigário nas vigararias”. “Não é apenas de coordenação pastoral mas também de promoção da fraternidade e proximidade entre o clero da mesma vigararia”, esclarece à FOLHA DO DOMINGO o Prelado, complementando que “no Algarve é raro os padres da vigararia faltarem à respectiva reunião vicarial”. Essa dimensão de fraternidade está muito presente e tem uma expressão muito grande nas vigararias”, constata o Bispo diocesano, reconhecendo que “já o mesmo não acontece em relação ao dinamismo e coordenação pastoral para levar para a frente projectos comuns de âmbito vicarial”. “Pensamos que isso se devia ao facto das vigararias de Lagos e Loulé/ São Brás terem poucos membros sacerdotes. Mesmo eles querendo, não conseguiam concretizar muitas iniciativas e dava a sensação sempre de algo sempre inacabado e não conseguido”, justifica D. Manuel Quintas, defendendo que “a decisão de junção de Lagos com Portimão e de Albufeira com Loulé pretende responder a essa necessidade”.
No entanto, o Prelado confirma que não se trata de simples junções de duas vigararias. “São quatro antigas vigararias que dão origem a duas novas”, ressalva.
No caso da nova vigararia de Loulé será todo o concelho de Silves (incluindo as paróquias de Silves e São Bartolomeu de Messines que faziam parte da antiga vigararia de Portimão) que se junta a Albufeira, Loulé e São Brás.
A vigararia de Loulé é ainda constituída pelas paróquias de Estoi e Santa Bárbara de Nexe que pertencem ao concelho de Faro, mas que continua ligada àquela área “por sintonia, proximidade, caminho percorrido e pelo pároco que está à frente destas duas comunidades”, explica D. Manuel Quintas. “Não íamos agora fazer essa divisão. Pode ser que no futuro se faça”, refere o Prelado.
Também Porches, que pertence ao concelho de Lagoa, mas que tem o mesmo pároco de Armação de Pêra (concelho de Silves), ficará ligada à nova vigararia de Loulé, assim como Santa Catarina da Fonte do Bispo, que pertence ao concelho de Tavira, outra excepção que ficará igualmente naquele grupo, pois tem como responsável o mesmo sacerdote de São Brás de Alportel.
A nova vigararia de Portimão será composta pelas paróquias dos concelhos de Vila do Bispo, Aljezur, Lagos, Monchique, Lagoa e Portimão.
D. Manuel Quintas recorda que “chegaram a aparecer outras propostas”. Uma delas proponha “unir Lagos a Portimão e unir todo o concelho de Silves a Albufeira”, “uma outra avançava com a divisão de três vigararias: Barlavento, Sotavento e Centro”, lembra.
O Bispo do Algarve salienta ainda que “nada impede que nestas duas vigararias maiores funcionem subgrupos ou unidades pastorais que poderão não corresponder às antigas vigararias”. “Não é absolutamente necessário que estas novas vigararias se reúnam sempre com todos os membros. Podem muito bem, de acordo com iniciativas pastorais pontuais, por exemplo umas mais ligadas ao litoral e outras mais à serra, que se reúnam em grupos mais pequenos”, esclarece.
Novos vigários
Os vigários vão ser agora nomeados novamente por um mandato de 3 anos, segundo um novo estatuto, com a possibilidade de serem reconduzidos por mais um triénio.
Este novo estatuto caracteriza exactamente quais são as funções do vigário e a sua missão dentro do âmbito da vigararia, quer do ponto de vista pastoral, administrativo, litúrgico.
Todos os sacerdotes das distintas vigararias irão agora propor ao Bispo nomes para vigários na reunião de Junho (em que as vigararias ainda reunirão segundo a anterior estrutura) e mais tarde o Prelado fará a nomeação.
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