29 novembro 2007

‘Conto do vigário’

Idoso foi burlado em dez mil euros

In: Correio da Manhã – Texto: Teixeira Marques Foto: Sandra Sousa Santos


Joaquim Silva, 80 anos, viúvo, residente no sítio da Gralheira, em São Brás de Alportel, foi burlado, em dez mil euros, por dois indivíduos, que o lesaram através de um ‘conto do vigário’.

Joaquim Silva diz ter ficado “atordoado e hipnotizado’ com a “bonita conversa” dos dois burlões.

Transportaram-no de São Brás a Quarteira onde o levaram ao banco, e ajudaram a levantar todo o dinheiro de uma conta à ordem. Depois, abandonaram-no na rotunda nascente de Quarteira, onde ficou à espera que o viessem buscar “para o almoço”, com um saco, que diziam estar cheio de dinheiro mas que só continha boletins de euromilhões.

Um familiar, que o procurava acabou por o encontrar e teve dificuldade em convencê-lo da burla e que não valia a pena estar à espera “dos amigos para o almoço”.

O idoso disse que “tinha ido à vila passear”, anteontem, de manhã, quando foi abordado por um indivíduo. “Explicou-me estar à procura de uma pessoa de confiança, capaz de tratar de uma promessa do pai. A entrega de uma fortuna a um pobre e eu era a pessoa ideal para tratar do assunto”, explicou o idoso. Ficou indeciso mas a chegada de outro burlão, que se ofereceu para tratar do assunto, desfez as dúvidas. Depois foram num Mercedes, ao banco, levantar o dinheiro. Joaquim Silva diz ter visto o segundo burlão entregar ao primeiro um envelope com dinheiro. “Atordoado ou hipnotizado, com a bonita conversa, aderi a entrar com a minha parte”, contou, desgostoso.

VIGARISTAS ENGANARAM O BANCO

Joaquim Silva tinha os dez mil euros numa conta à ordem no Millennium, de São Brás de Alportel, onde é bastante conhecido. Os burlões, para não correrem riscos, foram efectuar o levantamento na agência desse banco, em Quarteira.

Só um dos indivíduos acompanhou o idoso ao interior do banco. Com o bilhete de identidade disponibilizado pelo octogenário, um dos burlões apresentou-se ao balcão, dizendo que era vendedor de automóveis e que tinha vendido um carro a Joaquim Silva, pelo que necessitava saber o saldo da conta.

Com a informação prestada, requisitou um cheque de dez mil euros, que o idoso assinou. “Nem me deixou ver o dinheiro, pois foi à caixa e levantou a massa toda”, explica Joaquim Silva.

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