09 dezembro 2007

«Retábulo das Maravilhas»

Fatos em cortiça dão cor a peça de teatro

Guarda-roupa oferecido pela empresa São-Brasense “Pelcor”
Os actores do «Retábulo das Maravilhas», do grupo Te-Atrito

Uma tela, seis actores e personagens bem pitorescas são os ingredientes principais da peça «O Retábulo das Maravilhas», de Jacques Prévert, que vai ser levada à cena pela companhia de teatro algarvia Te-Atrito. A ante-estreia da peça vai ter lugar hoje, no Campus de Gambelas da Universidade do Algarve, às 22 horas.

O Jornal «barlavento» esteve num dos últimos ensaios da peça antes da hora da verdade e ficou a conhecer em primeira-mão os figurinos da peça, feitos em cortiça pela empresa Pelcor, de São Brás de Alportel, que usa este material para fazer o mais variado tipo de vestuário e acessórios.

É com a cor da cortiça que o grupo Te-Atrito pinta a sua quinta produção, que pretende continuar uma homenagem ao dramaturgo francês iniciada no ano passado. «O Retábulo das Maravilhas» conta uma história sobre a vaidade e hipocrisia humana, num espectáculo recheado de humor negro.

No palco, os seis actores mostram a sua versatilidade, mudando de «pele» por diversas vezes. O elenco alia a experiência do encenador da peça Pedro Monteiro e de Rita Neves à juventude de André Canário, António Salvador, Filipa Rei e Igor Martins, com o talento do grupo como pano de fundo.


Os figurinos, criados por Alina Monteiro, foram pensados para permitir que cada actor mude de uma personagem para outra de modo bem rápido. Os actores estão vestidos por camadas e apenas têm de despir ou vestir uma peça para se transformarem. Em alguns casos, é necessária a ajuda de um adereço ou outro, como por exemplo uma peruca.


O Te-Atrito é a mais jovem companhia de teatro profissional da região. O grupo foi formado em 2005 e desde logo se propôs homenagear Jacques Prévert, um dos grandes cultores do chamado Teatro do Absurdo, um estilo amplamente explorado pelos dramaturgos Eugéne Ionesco e Samuel Beckett, entre outros.

Para criar a obra «o Retábulo das Maravilhas», Prévert inspirou-se no conto «Le Tableau des Merveilles», de Cervantes, onde é explorada a ideia do «Rei vai Nu».

Neste caso, em vez de um fato invisível, o elemento central é um painel vazio, onde supostamente passam imagens que só os justos e virtuosos podem ver.

É um «espectáculo» promovido por um bando de «artistas» nómadas, para entreter as pessoas ilustres de uma pequena vila. Apesar de nada ver, a assistência finge espantar-se com as maravilhas descritas pelo líder do bando, para não admitir as suas fraquezas e defeitos.

A nova produção do Te-Atrito vai poder ser vista pelo grande público já a partir de dia 13 de Dezembro. A estreia da peça «O Retábulo das Maravilhas» vai ter lugar na próxima quinta-feira, no Centro Cultural de Lagos.

No dia seguinte, 14 de Dezembro, o espectáculo será apresentado no Centro Cultural de Barão de São João, também no concelho de Lagos.

Antes do final do ano, a peça estará em Faro, onde será apresentada no Teatro Lethes, a 20 e 21 de Dezembro.

Todos os espectáculos começam às 21h30.

A peça conta com a colaboração de Tânia Silva, como assistente de encenação. A música e a direcção musical estarão a cargo de Igor Martins, enquanto que o design gráfico é da responsabilidade de Pedro Bolito. O chefe de montagem é Armindo Silva.

O Te-Atrito contou ainda com a colaboração de José Manuel Ávila Costa, como consultor artístico.

No campo das parcerias, o grupo de teatro conta com a colaboração do jornal «barlavento», da empresa Pelcor, que ofereceu o guarda-roupa, do Teatro Municipal de Faro, da Universidade do Algarve e da Câmara de Lagos.

hugo Rodrigues in barlavento

1 comentário:

Anónimo disse...

E publicidade oferecida pela empresa PELCOR também????