Depois de um ano de interregno nas provas do Clube Automóvel do Algarve, José Merceano, navegado por Francisco Pereira, conquistou os louros na jornada de abertura do Campeonato Regional de Ralis do Sul. A performance do piloto de Alenquer ficou facilitada a partir do abandono de Luís Mota, vencedor na especial inaugural.
A dupla vencedora do Regional de Ralis do Sul em 2005, José Merceano e Francisco Pereira, foi a grande dominadora do Rali de Martinlongo que, este fim-de-semana, abriu as hostilidades naquele que é, insoluvelmente, o melhor campeonato para Veículos Sem Homologação (VSH) disputado em território nacional.
Aos comandos de um Mitsubishi Lancer Evo IV, o piloto de Alenquer não deixou os seus créditos por mãos alheias para rubricar mais uma condução de excelente nível, pese embora na primeira passagem pela especial de Martinlongo, Luís Mota, campeão em título, tenha levado a melhor.
Contudo, o piloto do Cartaxo, que faz equipa com Ricardo Domingos, viu logo a seguir as aspirações hipotecadas para um eventual triunfo, uma vez que o diferencial no Mitsubishi Lancer Evo IV cedeu na segunda especial (Pão Duro), motivando o irremediável abandono.
Numa prova marcada pela dureza do piso, José Merceano acabou por colher de mão beijada a liderança da prova e conduzir o carro da marca japonesa dos três diamantes com a mestria que lhe é reconhecida até ao fim e regar com pompa e circunstância o regresso ao sul do país de forma vitoriosa.
Tratou-se de um triunfo que não suscita a mínima contestação, até porque os seus mais directos opositores não encontraram o antídoto para suster o andamento imposto e «aniquilar» o favoritismo que entretanto foi atribuído ao piloto de Alenquer, sobretudo depois do abandono do «vizinho» do Cartaxo, Luís Mota.
Pedro Duarte terceiro
Tratando-se da primeira ronda do Regional de Ralis do Sul, naturalmente que a medição no que concerne à cotação dos pilotos algarvios era aguardada com alguma expectativa atendendo, sobretudo, que tanto Luís Mota como José Merceano têm vindo a rodar com as suas máquinas em outras provas a norte do Tejo, conferindo-lhes uma mais valia.
Perante este desiderato, José Neves foi quem melhor se adaptou aos pisos duros e secos de Martinlongo. O piloto de Lisboa, navegado pelo algarvio José Jesus, acabou por conduzir o Ford Escort Cosworth ao lugar intermédio do pódio, a 54,3 segundos de diferença para o vencedor. Apesar da disparidade verificada entre o primeiro e o segundo classificado, José Neves teve na jornada de abertura do Regional Sul a sua primeira possibilidade de testar o carro da marca oval e com o qual pretende discutir o triunfo prova a prova, sem descurar, obviamente, o campeonato.
Quase imperial esteve Pedro Duarte. O piloto de S. Brás de Alportel, que chegou a imiscuir-se com o seu Peugeot 205 GTI entre os carros de tracção integral – o terceiromelhor registo na primeira passagem por Martinlongo, apenas batido pelos Mitsubishi Lancer Evo IV de Luís Mota e José Merceano, é prova disso mesmo –, revelou uma vez mais todo o seu dinamismo.
Pedro Duarte melhor nas duas rodas motrizes
Pedro Duarte, que faz equipa com João Bento, não esteve particularmente feliz na segunda e terceira especial, mas atacou surpreendentemente no derradeiro troço para ocupar o degrau mais baixo do pódio e garantir o triunfo nas duas rodas motrizes.
Acrescente-se, no entanto, que Pedro Duarte contou durante toda a prova com a forte oposição de Rui Coimbra, jovem piloto que repartiu o VW Golf GTI com o experiente Paulo Primaz. No entanto, e numa altura em que a prova estava praticamente no seu términos e Rui Coimbra desfrutava de uma vantagem de seis segundos para o piloto de S. Brás de Alportel, o piloto do VW Golf GTI não evitou uma saída de estrada na derradeira especial e o consequente abandono.
Irrepreensíveis estiveram, igualmente, João Monteiro e José Teixeira. Aos comandos de um Seat Ibiza GTI 2.0 16V, a dupla algarvia foi ganhando confiança ao longo da prova e terminou num excelente quarto lugar final, relegando para o quinto posto o Ford Escort Cosworth de António Lampreia e Pedro Macedo, com a particularidade de terem ficado separados por apenas dois segundos.
Viana Martins confirmou em Martinlongo o excelente andamento imposto no ano transacto. Ao volante de um Opel Kadett GSI, o algarvio, que faz equipa com Paulo Costa, superou todas as expectativas e culminou num brilhante sexto lugar, à frente de José Carlos Paté e José Gago, dupla que teve um início prometedor, chegando mesmo a ser cronometrada com o quarto melhor tempo na especial de abertura.
Tanto Viana Martins como José Carlos Paté efectuaram uma prova de nível superior, numa prova em que os oitavos classificados, na circunstância Vasco Tintim e Pedro Silva (Peugeot 205), fiaram a pouco mais de quatro minutos de diferença para a dupla vencedora, onde a dissemelhança das viaturas foi o principal «calcanhar de Aquiles».
Depois de muito porfiar, a equipa formada por Gil Antunes e Rui Alves conduziu o Opel Astra ao nono lugar da geral, cabendo a Bruno Andrade e Ricardo Barreto, ao volante de um Subaru Legacy Turbo 4WD fechar o top-ten.
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Classificação
1º José Merceano/Francisco Pereira (Mitsubishi Lancer Evo IV) 32m35,0s
2º José Neves/José Jesus (Ford Escort Cosworth) a 54,3s
3º Pedro Duarte/João Bento (Peugeot 205 GTI) a 59,3s
4º João Monteiro/José Teixeira (Seat Ibiza GTI) a 2m10,0s
5º António Lampreia/Pedro Macedo (Ford Sierra Cosworth) a 2m12,1s
6º Viana Martins/Paulo Costa (Opel Kadet GSI) a 2m23,6s
7º José Carlos Paté/José Gago (BMW 325 IX) a 2m39,5s
8º Vasco Tintim/Pedro Silva (Peugeot 205 GTI) a 4m04,5s
9º Gil Antunes/Rui Alves (Opel Astra) a 4m25,8s
10.º Bruno Andrade/Ricardo Barreto (Subaru Legacy 4WD) a 4m59,4s
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