Aqui fica um "cheirinho" da Procissão de Aleluia de S. Brás para o resto do mundo. Os videos uma gentileza do José Neves de Gorjões-Faro.
Video 1 - Ruas FloridasVideo 2 - A procissão
Nove horas em ponto. Lá no alto, os foguetes matinais rebentam barulhentos, anunciando a chegada de mais um dia de festa. Nas ruas, o reboliço habitual de quem ultima os últimos pormenores. Os tapetes de flores rasgam as artérias, embelezando-as, perfumando-as, dando-lhes vida. Sobre o verde, uma paleta enorme de cores, formas e tamanhos. Predominam as flores campestres. No ar evidencia-se o cheiro do alecrim, do funcho e do rosmaninho. Nas varandas e janelas, debruçam-se colchas. A azáfama nota-se no rosto de quem trabalha para levar a cabo o maior e mais mediático evento da terra. Os sorrisos e o contentamento espelham-se no rosto daqueles que elegeram a vila para passar e passear neste dia. É domingo de Páscoa.
A caminho da igreja Matriz os homens caminham orgulhosos empunhando as tochas floridas. A outrora conhecida festa do Aleluia, rendeu-se às evidências do marketing e deu lugar à festa das tochas floridas. Na procissão participam apenas os homens, devidamente apetrechados das tochas multicolores. Ao despique entoam o emblemático cântico que se faz ouvir ao longo do seu percurso – “Ressuscitou como disse?” ao qual respondem em uníssono - “Aleluia! Aleluia! Aleluia!”. Além do cântico, das tochas e das flores, a secular procissão do Aleluia é igualmente conhecida pela aguardente de medronho, fiel companheira daqueles que nela desfilam e cujas gargantas se ressentem com o sonoro grito. Nesta procissão não há imagens religiosas, mas medronho, são litros e litros. Estas peculiares características já fazem desta festa um dos principais cartazes turísticos do Algarve em época baixa. Nas ruas, os visitantes são aos milhares. Cada vez mais.
Ao entardecer, a vila entra novamente na calma e na pacatez. Os tapetes estão desmanchados, trabalho intenso de dias e dias a colher plantas e flores, horas de dedicação na construção para escassas 3 ou 4 horas de fulgor. Mas também é essa a magia da festa, a efemeridade. Todo o impacto visual, odorífero e sonoro da festa perpetuar-se-á seguramente naqueles que a presenciaram. Religiosa ou pagã? Sagrada ou profana? Não interessa! É Páscoa em São Brás de Alportel, cumpra-se a tradição!
Aleluia! Aleluia! Aleluia!
in: Calcanhar de Aquiles
1 comentário:
Nãose vê os videos
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