09 maio 2006

Guerra à gordura nas cantinas escolares


O Patrick, do 8.º ano da Escola E.B. 2,3 Poeta Bernardo Passos, em São Brás de Alportel, prefere o bar à cantina. Porque "sempre é mais fixe comer uns cachorros e beber Coca-Cola do que sopa e aquelas comidas chatas que a minha mãe me obriga a comer em casa".

Na sua independência, Patrick é uma excepção à regra a maioria dos alunos do estabelecimento algarvio - 300 num universo de 550 estudantes - procura diariamente a comida da dona Maria Otília Neto, a cozinheira que desde a inauguração da escola, há 12 anos, confecciona as refeições para os seus "meninos".

"Face a tão elevada procura, só podemos concluir que a comida é saborosa e de boa qualidade", afirma, com inusitado orgulho, Maria João Carvalho, a vice-presidente do conselho executivo, que nos últimos sete anos tem vindo a desenvolver práticas para garantir a qualidade, higiene e segurança alimentar das refeições servidas na escola.

Uma empresa especializada na área faz auditorias trimestrais aos procedimentos e qualidade das instalações da cozinha, passando depois pela própria formação da equipa que ali trabalha. O objectivo, explica a docente, é "identificar e corrigir os pontos críticos do processo, desde que o alimento chega à escola até que é servido no prato".

A elaboração das ementas é outro aspecto que merece "toda a atenção" . Arroz de polvo e massada de tamboril, regada apenas a azeite, são pratos que constam do menu. "Todos os pratos são servidos com salada de alface, tomate ou cenoura e a sobremesa é sempre fruta", salienta. A miudagem gosta, até porque, conforme frisa Maria Otília Neto, "os pratos de peixe, que não agradam à maioria, não têm espinhas. Eu encarrego-me de tirá-las, para eles comerem como deve ser".

A preocupação da escola com as refeições que serve é indiscutível, mas o actual cenário ainda não é o "ideal". É que este estabelecimento já foi analisado pela equipa do Gabinete de Nutrição do Centro Regional de Saúde Pública do Algarve, no âmbito de um projecto pioneiro a nível nacional, que visa melhorar, em quatro anos, a qualidade nutricional das refeições nas escolas da região.

O programa arrancou no ano lectivo passado e os resultados das amostras recolhidas nas escolas não são animadores. "A maior parte das cantinas não cumpre o critério que aponta para que 60% das confecções sejam pobres em gordura e à base de estufados, cozidos e grelhados", revela Teresa Sancho, coordenadora do Gabinete de Nutrição. Pelo contrário, aposta-se demasiado em "fritos, assados no forno e refogados".

Finalizada a fase de recolha e análise das ementas, far-se-á o diagnóstico da situação, elaborando-se relatórios por escola e município. Segue-se depois a formação de quem faz as ementas e trabalha na cozinhas das escolas. Assim se espera inverter a actual situação - e convencecer jovens como Patrick a trocar os cachorros e a Coca-Cola pelos cozinhados da dona Otília.

5 comentários:

Anónimo disse...

A Dª. Otília sempre foi boa cozinheira. Quando trabalhou na cantina da Escola Primária nº 1 também era uma cozinhira de primeira categoria!
A Escola Bernardo de Passos tem sorte de ter uma funcionária desta categoria.
Pena é que nem toda a gente que trabalha em funções do género deposite o mesmo brio, amor e carinho por aquilo que faz!
Forla Dª. Otília.
Ass: Um Amigo de S. BRás

Anónimo disse...

Obrigado filhota!

Anónimo disse...

E o porquê desse titulo?!Tem fundamento no artigo?!Pois a im não me parece nem a ninguém que passou pela cantina da Dª Otília!Acho que deveria redefinir as suas prioridades em relação aos artigos,pois são coisas como esses que não fazem de nós uma aldeia no meio do monte perdida e desconhecida!

P.S. (e já agora) A Dª Otília é a minha avó com muito gosto e prazer e espero que continue a fazer as suas "gordurosas" comidas ( como o(a) autor(a) deste blog quer fazer crer) na cantina dessa escola ou de outra qualquer!

Anónimo disse...

Cara Inês,

Certamente desconhecias que este artigo foi publicado no Diário de Noticias no dia 13 Fevereiro de 2008.

Se tivesses clicado na imagem junto ao artigo (a do pessoal a almoçar) terias visto a edição on-line do Jornal e verificado que não foram os autores deste weblog que atribuíram o titulo à noticia.

Inês amiga, perdes-te uma boa oportunidade de estar calada (neste caso de escrever)...

Esperamos que este embaraço te ajude a perceber que "A verdade é aquilo que queremos acreditar". Acreditas-te que o blog queria ofender a avó e agis-te... mal!

Não faz mal, a gente entende…

Um abraço para ti, e para a avó (pessoa que todos estimamos muito)

Att. A gerencia

Anónimo disse...

isto é o que dá deixar toda a gente comentar neste blog.metem-me crianças aqui a comentar que ainda na sabem ler. Vai aprender a ler ines.

"soldado desconhecido"