16 maio 2006

Serra do Caldeirão pode tornar-se um deserto

IN:OBSERVATÓRIODO ALGARVE

A reflorestação da serra do Caldeirão está atrasada. Os projectos lançados para combater a desertificação, desde os grandes incêndios de 2003, ainda não passaram do papel e a cortiça é o sector mais atingido.

A criação da “Capital Histórica da Cortiça”, um projecto que pretende revitalizar o desenvolvimento económico de S. Brás de Alportel, pode “cair por terra” caso a reflorestação da Serra do Caldeirão continue por se concretizar.

A denúncia é feita ao Observatório do Algarve pelo presidente da Delegação Regional do Baixo Alentejo e Algarve da Associação de Industriais e Exportadores de Cortiça (AIEC), Carlos Jacinto, que se mostra inquieto pelas “dificuldades que os produtores florestais estão a encontrar no acesso aos fundos comunitários para reflorestar as suas propriedades”.

“A carga burocrática exigida está a desmoralizar os produtores florestais (cortiça) em se agruparem”, lamenta Carlos Jacinto, quando essa é uma prioridade para se constituírem as Zonas de Intervenção Florestal, ainda por concretizar no Algarve e “sem elas não há reflorestação”, acentua.

O presidente regional da AIEC cita o “bom exemplo” que se verifica em Espanha, também atingida pelos incêndios florestais: “A burocracia é menor e já estão a intervir na reflorestação para evitarem a desertificação dos solos”.

“Segundo especialistas nessa área e que se reuniram recentemente no Algarve, ao não se fazer nada no espaço de uma década, o Caldeirão não passa de um deserto. Pois se não intervirmos já, ficamos sem solo, porque foi destruído pelas sucessivas chuvas”, revela Carlos Jacinto.

No Algarve, os incêndios que devastaram a maior área de floresta de sempre (18 mil hectares), com acentuada predominância de sobreiro na Serra do Caldeirão, já se registaram há três anos e “nada foi feito no terreno, não se passa dos projectos”, queixa-se o mesmo dirigente associativo.

Os planos de reflorestação são elaborados, mas “dificilmente chegam a ser financiados por causa de barreiras burocráticas”, denuncia.

A AIEC sai assim em defesa dos produtores florestais, porque “sem uvas não se faz vinho e sem sobreiros nada de faz em cortiça”. Um sector que também carece de uma profunda reestruturação, e anseia por apoios comunitários no âmbito do programa Prime.

Todavia, “esta agro-indústria sobrevive no Algarve em pequenas e médias empresas corticeiras e os fundos só estão adaptados aos grandes projectos, quando os pequenos é que dinamizam a economia”, frisa Carlos Jacinto.

Fogo, seca e declínio atingem o Caldeirão

Dificuldade que se estão a acentuar na floresta algarvia, resultado de três factores: os fogos, a seca e o declínio (doença que está a atingir os sobreiros e ainda sem cura).

O sector corticeiro representa no distrito de Faro importante fonte económica, sendo S. Brás de Alportel o concelho que se distinguiu durante décadas como o maior centro fabril do sector.

Localidade que conta, apesar de todas as dificuldades registadas, tornar-se também na “Capital Histórica da Cortiça”, onde espera a implantação de uma unidade associativa de cosedura e uma unidade de aproveitamento dos derivados da cortiça (os queimados inclusive).

Em 2003, arderam na Serra do Caldeirão 18 mil hectares de floresta com predominância de sobreiros, situada numa região onde se produzem anualmente 3 750 mil toneladas de cortiça, o que representa cerca de 12,5 milhões de euros, sendo também a mais valorizada por ser de superior qualidade.

Portugal é ainda o maior produtor do mundo de cortiça com 8 milhões de arrobas anos

A AIEC foi criada em 28 de Maio de 1993, tem a sua sede em S. Brás de Alportel e desenvolve a sua actividade em todo o Algarve e Baixo Alentejo, com 23 associados, que empregam 450 pessoas e têm um volume de facturação aproximado de 50 milhões de euros, tendo como objectivo principal a defesa da fileira nos seus aspectos agricola, florestal e agroindustrial.

A associação está a procurar agregar as cerca de 50 empresas existentes actualmente nesta zona, com as quais contam representar mil postos de trabalho directos e um volume de negócios de 80 milhões de euros.

A riqueza suberícola destas duas regiões, criam pelo menos 50% dos sobreiros Portugueses que produzem 5 milhões de arrobas (75 000 toneladas) com um valor aproximado de 250 milhões de euros.

Segundo dados de comércio externo recolhidos e publicados pela FAO em 1995, a cortiça e os produtos de cortiça ocupavam a sexta posição entre os grupos de produtos florestais não lenhosos transaccionados nos mercados internacionais, a seguir à borracha, ao bambu, ao vime e produtos similares, às plantas com uso farmacêutico, aos frutos secos e à raiz de giseng.

8 comentários:

Anónimo disse...

Qual é a novidade?
não há dinheiro já todos sabemos!
o eusébio que vá dar uma volta a lisboa.
va falar com os amigos dos ministerios.
pode ser que eles ajudem.

Anónimo disse...

BATE A PATA LOL LOL JÁ VI DE TUDO ""BATE A PATA"" BOINA PRETA"
TXXXX TÁ AU RUBRO

Anónimo disse...

É apenas mais do mesmo!
Só se lembram de S.ta Bárbara quando faz trovões.

Já se esperava que amanhã ou depois a desertificação atingisse a nossa maginifica serra, pois o alentejo é ao lado e lá, já há zonas irreversíveis.

São as burocracias que empatam, é a falta de vontade dos nossos deputados tão mal eleitos pelo Algarve, são os nossos ambientalistas que dizem que não se pode ir cultivar árvores com um tractor porque estraga as estevas e deita fumo, são os SENHORES empresários da cortiça que sempre se fiaram que aquilo dava de 9 em 9 anos e que o único problema que isso tráz é que sai um mercedes novo de 4 em 4 e a malta não tem dinheiro...
E por aí a fora!

Também temos que ter a consciencia que estamos a atravessar um período talvez irreversível e que só para ter-mos uma ordem de escala, o ciclo da água é o mais curto conhecido até hoje e desenvolve-se por cerca de 100 anos e que por muita vontade que tenhamos só iremos obter resultados nas duas gerações seguintes ou na pior das hipóteses atrasar apenas a sua evolução.

O mal vem de trás e é o resultado do que não tem sido feito desde há 40 ou 50 anos, quando começamos a evoluir e a abandonar os campos.

Nesta altura só há é que arregaçar as mangas e deixar e paleios. Não caiam é outra vez na asneira de dár fundos comunitários para a reconversão da floresta porque há muio boa gente a aguardar por isso, pois os mercedes estão cada vez mais caros e a gasolina também.

Era bom que chovesse e que pelo menos durante uns 10 anos e que não houvesse ninguém a pagar para acender fogos para depois receber a triplicar para os ir apagar com uns helicopterozinhos.

Saudações Barrocais e Serranas!
Ass: Fiquem Bem!

Anónimo disse...

ja agora vendam o estadio do algarve aos ingleses talvez se recuperem uns tostões p'ra plantar uns sobreiros na serra...cambada de burros preferem espetar nota num estadio p'ras moscas que salvar a nossa serrinha...quem diz estadio diz outra coisa...mas bom era melhor ter utilizado o dinheiro d outra maneira...e o que eu constato é que o povo ainda faz menos que o governo,em vez de tar nas esplanadas na copofonia se fossem manifestar faziam melhor figura...e de toda a maneira se a serra do caldeirão tornar-se num deserto calha bem que assim vão p'ra la passear os camelos do governo...

Anónimo disse...

AIEC taxistas para tres ou quatro roubarem dinheiro ao estado as custas da CEE

Arranjem taxos taxos para dizer baboseiras
Acabem com congressos para porem ajudas de custo

Anónimo disse...

Deixem-se de coversa fiada a cortiça já não tem força e com associações de taxistas e invalidos muito menos.
O que fazem esses malandros que estão numa associação chamada AIEC
Congressos e recebem ajudas de custo para o fazerem e roubam ao Estado e a todos nós.
Trabalhem , acabem com taxos e taxas

Anónimo disse...

Acabar com os taxos como???? o exemplo vem de cima

Anónimo disse...

Acabando com os taxos e trabalhando mais não vivendo as custas da Comunidade Euopeia com coligações com apoio as familias carenciadas

Trabalhem malandros e larguem os taxos e não sejam oportunistas