A funcionar há mais de 5 anos, o Serviço de Apoio ao Domicilio serve os utentes do Centro de Saúde de São Brás de Alportel que necessitam de tratamentos de enfermagem e que por motivo da sua doença não se conseguem deslocar ao Centro de Saúde.
Até ao inicio deste ano este serviço funcionava com uma equipa de profissionais de saúde, (enfermeiro e auxiliar) asseguravam 3 vezes por semana o atendimento em enfermagem a cerca de 15 utentes, deslocando-se até as suas residências onde eram efectuados tratamentos de enfermagem, evitando assim que os utentes (muitos deles acamados) tivessem que se deslocar ao Centro de Saúde.
Neste momento, segundo informação junto do CS, a equipa está com uma lista de cerca de 50 utentes. Apesar de o serviço ter recorrido à Unidade Móvel para assegurar deslocações ao domicilio dos doentes todos os dias úteis da semana, o Centro de Saúde continua a debater-se com o problema da escassez de meios e recursos humanos para dar cobertura a todas as solicitações (justificadas) para apoio no domicílio.
Devido à limitações em pessoal o Centro de Saúde terá inclusive começado a recusar receber mais pedidos de apoio domiciliário, com a justificação que é impossível dar cobertura a todos os pedidos com a qualidade que é exigida num serviço desta natureza.
Esta situação só tem tendência a agravar em virtude da reestruturação que tem sido levada a cabo no Serviço Nacional de Saúde, nomeadamente no que às Unidades de Internamento se refere (agora, além dos utentes se verem internados em Unidades longe das suas residências também têm que pagar pelo internamento). Os utentes ao recusarem irem para unidades de internamento dispersas pelo Algarve, acabam “despejadas” no domicilio ainda com necessidade de receber tratamentos de enfermagem e com indicação para o fazerem nos centros de saúde da sua área de residência.
Segundo conseguimos apurar o problema está na falta de meios (transporte e pessoal). Para tentar resolver esta situação, a Direcção do Centro de Saúde de São Brás de Alportel, terá solicitado à Câmara Municipal que a Unidade Móvel de Saúde passe a integrar o Serviço de Apoio Domiciliário. A Câmara Municipal terá acedido temporariamente ao pedido do Centro de Saúde, disponibilizando a Unidade Móvel para o Apoio ao Domicilio dois dias por semana, elevando para 5 os dias para assistência ao domicilio destes utentes.
No entanto, uma equipa de profissionais a trabalhar 5 dias por semana, não conseguem dar assistência a 50 utentes que necessitam na sua maioria de tratamentos diariamente ou de dois em dois dias. «é humanamente impossível, se pensarmos nas dimensões do concelho e no tempo que demoram as deslocações até à residência do doente».
Para o Centro de Saúde é fundamental a criação de uma segunda equipa de profissionais para o Apoio ao Domicilio, para isso além da contratação de pessoal o CS teria que arranjar viaturas para as deslocações. Neste sentido o Centro de Saúde terá abordado a Câmara Municipal para obter colaboração (uma viatura e motorista). Colaboração essa, que foi recusada por falta de disponibilidade (leia-se dinheiro).
Além da recusa de colaboração aquisição de uma viatura e disponibilização de um motorista, a Câmara Municipal terá também feito questão em demonstrar a sua insatisfação quanto à utilização da Unidade Móvel no Apoio Domiciliário. Alegando que se está a perder um serviço público (?).
Considerado por todos (profissionais da saúde) de utilidade dúbia, a Unidade Móvel nos termos em que a sua actividade tem sido efectuada, continua sem servir nem a Educação para a Saúde nem Prevenção à Doença. A ARS do Algarve terá inclusive proposto uma renegociação do protocolo com a edilidade são-brasense no sentido de atribuir ao Centro de Saúde a responsabilidade pelo serviço da Unidade Móvel, retirando-o da alçada da Câmara Municipal. A Câmara terá recusado tal possibilidade.
Esta recusa vem dar mais ênfase à utilidade politica que este executivo vê na Unidade Móvel.
ARS do Algarve promete resolver problema
Perante a realidade de o Centro de Saúde já não conseguir dar assistência a todos os pedidos de apoio ao domicílio, a recusa da Câmara em prestar apoio e os sucessivos pedidos da Direcção do Centro de Saúde, a ARS do Algarve já terá assegurado a contratação de profissionais (enfermeiros) para o Centro de Saúde de São Brás de Alportel constituir uma segunda equipa para o Apoio Domiciliário.
Quanto à questão dos transportes a ARS do Algarve pretende adquirir/arranjar uma viatura para o Centro de Saúde, no entanto qualquer aquisição de viaturas no estado é um processo longo, podendo demorar na melhor das hipóteses três meses e na pior, alguns anos…
Resta aos utentes/doentes do concelho esperarem…